Dizem
que opinião é que nem... nariz: cada um tem o seu. E que se
conselho fosse bom, ninguém dava de graça. Menos os coaches,
cujo maior feito foi aprender a cobrar muito caro para dar conselhos
que muitas vezes ninguém pediu!
De
fato, cada um tem sua opinião, e é uma tendência das pessoas
recusarem a opinião de outros, geralmente dizendo que, se aceitarem
o ponto de vista alheio, estariam se anulando e obedecendo o que a
outra pessoa diz. E por isto também não aceitam conselhos.
Quando
estamos para tomar alguma decisão, ou fazer alguma coisa que pode
ter consequências sérias em nossas vidas, como fazer uma tatuagem,
fazer uma cirurgia, comprar uma casa ou abrir uma empresa, várias
coisas podem acontecer. Às vezes não sabemos se tal decisão será
boa ou não, e sempre há a possibilidade de algo dar errado. Muitas
coisas podem não sair como planejamos. Então, se alguém nos dá um
conselho, ela está dividindo com a gente sua experiência, o que
aprendeu no passado, principalmente com seus próprios erros, e aí
somos informados de uma das possíveis consequências daquilo que
queremos fazer. Neste momento temos duas opções: aceitamos o
conselho e temos uma variável a menos para nos preocupar, ou
ignoramos o que a pessoa disse, e teimamos em seguir em frente,
correndo o risco.
Pessoalmente,
acho que, quanto mais conselhos de pessoas diferentes eu receber,
menores serão as possibilidades de algo ruim acontecer. Quer um
exemplo? Aquela garota famosa que teimou em colocar silicone nos
seios em uma quantidade exagerada, mesmo com todo mundo ao seu redor,
médicos, familiares, amigos, dizendo que ela não deveria, que era
arriscado e perigoso. O que ela fez? Mandou colocar o silicone assim
mesmo, dizendo que sabia o que estava fazendo e que as pessoas
estavam com inveja, ou que não queriam a felicidade dela. Quem
assistiu o drama dela na TV viu o que aconteceu: problemas de saúde
e um tratamento difícil. Se tivesse ouvido os conselhos das pessoas,
teria evitado muito sofrimento!
E
quando temos um ponto de vista, uma opinião formada sobre alguma
coisa, geralmente não aceitamos opinião contrária. Seja nosso
time, ou nossa religião, ou nosso partido político, ou nossa
ideologia, não permitimos que outra pessoa nos diga que estamos
errados. Parece que, se aceitarmos a opinião diferente, estaremos
dizendo não às nossas convicções, e seremos tolos,
“maria-vai-com-as-outras”, e que somos espertos ou inteligentes
ao mantermos nossas convicções.
Ora,
ouvir a opinião de alguém não significa que estamos errados, ou
que nossa opinião não vale; ouvir outro ponto de vista é uma forma
educada de dizer: “não concordo com nada que você disse, mas
somos amigos/colegas e respeito seu ponto de vista!” Porque não há
nada errado em aceitar ou ouvir uma opinião contrária à sua; é
apenas uma questão de respeitar a outra pessoa e reconhecer que você
não possui a verdade absoluta do universo.
Muitas
pessoas têm esta mania de recusarem-se a ouvir os argumentos do
outro, muitas vezes gerando discussões que podem acabar mal. Se eu
acho que é A e você crê que é B, vamos ficar a vida toda
discutindo, eu dizendo que A é excelente e B é ruim, e você
dizendo que B é a única possibilidade e que A não deveria sequer
ser cogitada. Mas os DOIS lados têm seus pontos positivos e
negativos, e se conversarmos e analisarmos as duas opções,
poderemos pegar os aspectos positivos de ambas as opiniões, tirar os
aspectos negativos, e criar uma terceira opção, C. E de repente
encontramos alguém que acha que é D, conversamos com esta pessoa e
criamos a alternativa E, que será muito melhor que as anteriores,
porque será uma soma dos aspectos positivos delas.
“Ah,
mas isto significa que estaremos sempre mudando de ideia e jamais
teremos um consenso, voltando à estaca zero!”. Não
necessariamente! Porque as pessoas são diferentes, e A pode servir
para algumas pessoas e não para outras, já outras se identificam
mais com B, e outras com C. O importante é conversarmos,
dialogarmos, negociarmos e respeitarmos uns aos outros. Vamos
entender que algumas crenças ou ideologias servem para alguns
aspectos da vida, enquanto outras vão servir para aspectos diversos.
Não deve existir uma única regra para medir o mundo, porque o mundo
é composto de inúmeras coisas diferentes, até opostas. Uma única
“lei” não vai conseguir lidar com TODAS as diversas facetas do
mundo. A não ser que um grupo queira eliminar totalmente seu
“antagonista”. Isso já foi tentado no passado, e é conhecido
pelo nome de “genocídio”!
Jesus
não apenas criticou os ambulantes que usavam o templo em Jerusalém
para arrancar dinheiro das pessoas, dizendo que a casa de Deus não
era lugar para negociatas e comércio, como destruiu suas tendas. No
entanto, ele não proibiu que seus discípulos pagassem tributo ao
imperador romano, dizendo que as leis dos homens deveriam ser
respeitadas. Ele sabia que, na casa de Deus, valem as leis de Deus;
nos domínios dos homens, as leis dos homens. E sabemos que ele não
era contra as leis dos homens, porque as respeitava e não permitia
que seus discípulos as quebrassem. Alguns podem até dizer que as
leis de Deus são mais importantes, mas Jesus conciliava os dois
mundos. Ele nos mostrou que é possível conciliarmos pontos de vista
diferentes, e pessoalmente acho que foi uma das maiores lições que
ele passou (dar a outra face e perdoar quem nos agride, e caminhar
nas sandálias de alguém – procurar entender outra pessoa e
compreender o que ela sente – são as outras duas mensagens dele
que mais marcaram minha vida).
Eu
poderia citar muitos outros exemplos sobre respeitar a opinião
alheia e aceitar conselhos de outras pessoas, mas isto pode ficar
para outros artigos. Creio que cada um que estiver lendo isto conhece
casos que podem corroborar o que digo aqui, ou não. Não pretendo me
estender muito em cada assunto, uma vez que este site é para
informar e ajudar as pessoas a encontrarem seu caminho, não para
debater e causar polêmica.
Meu
objetivo não é, de forma alguma, fazer as pessoas aceitarem meus
pontos de vista ou obedecerem o que eu digo, por que se há uma coisa
que aprendi na vida é que você nunca convence ninguém a nada. Só
o que você pode fazer é dar sua opinião e conselhos, e a pessoa
deve decidir se os aceita ou não. E aceitar não significa admitir
que se está errado; pelo contrário, aceitar conselhos e opiniões
diferentes apenas soma novos valores ao que já acreditamos, nos
tornando melhores.
Eu
não sigo nenhuma religião, nem tenho uma ideologia política, nem
torço para algum time de futebol. Acredito em Deus e coloco minha
vida nas mãos dele, acho que o papel dos governantes é cuidar das
pessoas para que estas possam viver dignamente e em paz, mediar os
diversos interesses de muitas grupos convivendo em uma mesma
sociedade, e acho que esportes são importantes para aperfeiçoar
nossos corpos e mentes, independente de qual esporte você pratica. E
se você não pratica esporte algum, e gosta só de assistir, também
está bem. Você é a única pessoa que sabe da sua vida, e apenas
Deus e sua consciência podem julgar se você está certo ou não.
Este não é meu papel. Minha missão, a que escolhi para mim, é
ajudar você, e qualquer pessoa, a se encontrar, a repensar suas
escolhas e decisões, e a entender que o que realmente importa é
viver com alegria e felicidade, não importando se você é católico,
evangélico ou judeu, se é de esquerda, de direita ou anarquista, e
se é corintiano, palmeirense ou atleticano. Se é negro, branco,
índio ou asiático, hetero ou homossexual, homem ou mulher,
milionário ou mendigo, criança ou adulto. Viver feliz é o que
importa, por que a única certeza que temos é que vamos morrer um
dia, e não levaremos nada conosco. Esta é a minha opinião;
sinta-se livre para discordar. Escreva, comente, brigue, me xingue.
Mas por favor, procure ser educado; pode ter crianças lendo!
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