É BOM VIVER!

Não sei porque vivo! Não sei porque estamos no mundo! Viver é complicado; independente da crença de cada um, que pode variar muito, só do que podemos ter certeza é que viemos de nossas mães e vamos para um túmulo; isto é comum para todo mundo!
Viver pode ser complicado, mas se estou escrevendo isto, e você está lendo isto, é porque estamos vivos, então a única coisa que podemos fazer é viver da melhor maneira possível! E depois de muito tempo analisando minha vida e a vida de outras pessoas, cheguei a conclusão que viver pode ser muito divertido, e a felicidade é possível.
Ter uma vida boa e feliz é simplesmente uma questão de escolha. Podemos escolher sermos felizes ou não. O que atrapalha é a nossa eterna insatisfação e nossa eterna busca por coisas que muitas vezes são inúteis. Nossa busca por futilidades, por castelos de areia, por sonhos frágeis e inconstantes. Nossa ambição por conseguir coisas que vão além de nossa capacidade gera aquela insatisfação que nos deixa tristes e nos faz pensar que somos infelizes!
Realmente, viver é complicado, e aprendemos desde cedo que precisamos nos sacrificar a vida toda para termos as coisas que não precisamos, e que a solidão e a falta de amor são os preços que pagamos pelo sucesso!
Espero que este blog ajude você, que está me lendo agora, a repensar sua vida e descobrir como conseguir o sucesso que você tanto quer sem ter que pagar o preço exorbitante de solidão e infelicidade! Se eu conseguir isto, então eu terei tido sucesso na única ambição que governa minha vida: ensinar às pessoas que VIVER NÃO É PERIGOSO, NEM COMPLICADO!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

TSUNAMI NO JAPÃO: CASTIGO DIVINO?

Japão, Terra do Sol Nascente, país dos samurais e ninjas, da disciplina férrea, do karaokê e karatê. Dos animês e mangás e otakus. Dos lindos parques e templos milenares. E dos eternos terremotos!
O Japão é um país com uma civilização antiga, assim como a China, o Egito, a Grécia e Roma. Diferentemente das outras civilizações, estas têm se mantido firme por muito tempo, mesmo antes de Cristo. Houve civilizações que surgiram e sumiram, mas estas continuam há muito tempo com basicamente os mesmos preceitos, bons ou ruins. Os japoneses, por exemplo, sempre cuidaram da higiene pessoal, enquanto os europeus só tomavam banho uma ou duas vezes na vida (não é exagero; os ingleses diziam que banho só na hora do nascimento, e talvez na hora da morte!).
Uma coisa negativa sobre o Japão é a teimosia; os japoneses não costumam mudar de opinião facilmente, são turrões e costumam levar muito a sério as normas e leis. Mas esta característica os torna um povo forte, trabalhador e disciplinado, capaz de aguentar qualquer coisa que lhes aconteça. Já passaram por algumas guerras, já invadiram e foram invadidos, tiveram de sofrer com as consequências da explosão de duas bombas atômicas, e convivem todos os dias com terremotos. Mesmo assim, sua capacidade de recuperação é incrível, e não esperam a tragédia acabar para começar a reconstrução!
Seu estilo de vida costumava primar pelo desenvolvimento do corpo e da saúde, e há milênios os japoneses têm um estilo de vida que privilegia a saúde ao invés do conforto. Antigamente, os japoneses não sentavam em cadeiras, mas no chão, o que os forçava a uma postura correta do corpo. Suas casas tinham um revestimento no piso especial, os tatami, com a consistência certa para garantir uma boa noite de sono sem causar danos às costas, equivalente aos nossos modernos colchões ortopédicos. Exercícios físicos eram uma obrigação para todos, homens e mulheres, idosos e crianças, e a longevidade deles superava em muito a dos europeus.
Sim, o estilo deles era espartano, mas saudável. Era, porque em muitos casos, os japoneses de hoje adotam o estilo de vida ocidental, baseado no excesso de conforto. Porque é assim que vivemos hoje: queremos luxo e conforto, e não queremos sequer um segundo de desconforto e dificuldade. E infelizmente, são as dificuldades que nos fazem evoluir e aprimorar...
Quando eu contei à uma colega que os japoneses dormiam no chão, ela ficou abismada. Segundo ela, como pode um povo que parece tão inteligente e moderno ter uma qualidade de vida tão ruim? Porque dormir no chão é humilhante e desconfortável! Claro, é uma senhora acostumada ao conforto, que almeja os luxos da sociedade ocidental moderna, por isto vê com horror um povo moderno, com alta tecnologia, mas que prefere “viver como mendigo”! Outro colega ficou sabendo que no Japão, quando as pessoas entram no metrô ou nos trens muito cheios, funcionários empurram as pessoas para dentro, para força-las a se espalhar e otimizar a ocupação do veículo. Segundo ele, é um grande desrespeito dos funcionários da empresa de viação, e se isto acontecesse no Brasil, a empresa seria processada sempre. Mas aqui no Brasil, muitas pessoas costumam entrar nos ônibus e trens e se acomodar na porta, não se mexendo mais até o momento de descerem, e não se importam se há espaços vagos e pessoas tentando entrar. Se isto não é um desrespeito, eu não sei o que é. Os japoneses entendem que este procedimento dos funcionários é para facilitar o fluxo de pessoas, e melhorar as condições de uso do transporte público para os próprios usuários, principalmente em um país pequeno demais para tanta gente!
E no último grande terremoto que aconteceu agora em 2011, junto com um tsunami, os japoneses deram mais uma amostra da diferença entre eles e grande parte dos povos do mundo: apesar da grande tragédia, já estão reconstruindo, e aposto que, antes que o ano termine, eles já tenham terminado de refazer suas vidas e seu país, e já estejam preparados para a próxima tragédia. Provavelmente, se houver outra catástrofe destas proporções, o Japão sofra bem menos que agora!
Mas sem dúvida, a pior coisa a respeito da catástrofe que eles sofreram, é o preconceito dos outros povos. Algumas pessoas que conheço, que se dizem religiosas, disseram que o Japão mereceu o que aconteceu, que foi um castigo divino, porque eles são budistas! Que esta tragédia é um sinal para que eles se convertam e aceitem Deus! Sinceramente, eu esperava um absurdo destes vindo das pessoas “religiosas”, fanáticos que repetem tudo o que sua igreja diz sem questionar. E sem informar-se primeiro. Budismo não é uma religião, eles não veneram Buda da mesma maneira que se venera Deus! Buda é venerado como um exemplo a ser seguido, um príncipe que largou sua vida de luxo e riquezas para vagar pelo mundo para descobrir como as pessoas comuns vivem, e para buscar iluminação espiritual. Ele não é um santo, ou um deus, apenas um homem que procurou respostas para muitas perguntas que os homens se fazem. Está certo que alguns levam esta veneração quase a um nível religioso, são fanáticos religiosos, mas não significa que todos os budistas considerem Buda como o criador do universo.



Algumas pessoas criticaram esta matéria, dizendo que é invenção da Globo, que os japoneses são idiotas por não reclamarem do governo, ou coisas parecidas. Quem conhece o povo japonês, sabe que eles são assim: ordeiros, leais a seu país e aos semelhantes, honestos. E muitos brasileiros os criticam! Que tipo de povo queremos ser: honestos e ordeiros, ou reclamões, desonestos, que culpam o mundo todo por seus problemas, que usam a corrupção na política para justificar seus próprios atos errados?

Fanatismo religioso é sempre ruim, porque prega o preconceito, a destruição dos “insurgentes”, a intolerância. Não podemos esquecer que os terroristas que causaram tanta destruição em 2001 nos EUA eram “guerreiros de Deus”, pessoas que achavam que estavam cumprindo os desejos de Deus, matando todas as pessoas que “eram más”. O terrorismo é em grande parte religioso, mas eu não vejo muita diferença entre fanáticos que matam pessoas e fanáticos que destroem as pessoas espiritualmente, usando preconceito, ou se regozijando com a desgraça alheia! Não creio que Deus goste da ideia de a pessoa ficar feliz com as desgraças que atingem outras pessoas. Cabe a ele julgar e punir, e não a nós!
Dizer que os japoneses mereceram o que aconteceu por serem budistas para mim é o cúmulo do preconceito e da intolerância religiosa. Só falta dizer então que o litoral do Paraná também é habitado por pessoas que não têm religião. Afinal, por lá também aconteceram catástrofes naturais!